segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Cientistas afirmam que certos alimentos são viciantes



Pizza, batatas fritas e sorvetes podem ser alguns dos alimentos a que recorremos depois da balada. Porém, uma pesquisa do início deste ano sugere que, ao invés de curar a ressaca, eles podem ter “embriagantes” por si mesmos e este hábito pode até ser sinal de um vício.
Há mais de um século os pesquisadores têm se perguntado se podemos nos viciar em comida. Existem relatos de pessoas que perdem o controle de quanto comem e ficam em abstinência, assim como com drogas e alcoolismo. Até agora, muitos concordam que o vício em comida pode ser um problema real para pelo menos alguns tipos de alimentos.
Pela primeira vez, uma equipe de pesquisadores analisou exatamente quais tipos de alimentos poderiam ser os mais viciantes. Eles pediram a um grupo de 120 alunos de graduação da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e um outro grupo de cerca de 400 adultos, sobre 35 diferentes tipos de alimentos – de pizza a brócolis – e se eles acham que poderiam ter problemas para controlar o quanto eles comem de cada um. Dezoito dos itens eram ​​alimentos processados, o que significa que contém adição de açúcares e gorduras.
No topo da lista estavam pizza, chocolate, salgadinhos, biscoitos, sorvetes, batatas fritas, bolo e refrigerante, todos ​​considerados alimentos processados. Eles foram seguidos por queijo e bacon – ambos não processados, mas ricos em gordura e sal.
Frutas e vegetais (morangos, cenouras e brócolis, por exemplo) estavam no final da lista.

Processados para dar mais prazer

“De um modo semelhante ao que as drogas são processadas para aumentar o seu potencial viciante, este estudo proporciona uma visão de que os alimentos altamente processados ​​podem ser fabricados intencionalmente para serem particularmente gratificantes através da adição de gordura e carboidratos refinados, como farinha branca e açúcar”, explica à CNN Erica Schulte, estudante de graduação de psicologia na Universidade de Michigan e principal autora do estudo, que foi publicado em fevereiro na revista “PLOS One”.
Os pesquisadores descobriram que os alimentos mais problemáticos tendem a ser aqueles com uma alta carga glicêmica, o que significa contêm uma grande quantidade de açúcar e causam aumento do açúcar no sangue. Segundo o artigo, estas características poderiam tornar os alimentos mais difícil de parar de comer de uma maneira semelhante como drogas que são altamente concentradas e rapidamente absorvidas pelo organismo são mais viciantes.
Os pesquisadores também descobriram que, entre os adultos em seu estudo, aqueles com um IMC elevado e aqueles que estavam sob risco de ter qualquer tipo de vício em comida eram mais propensos a ter dificuldade de se controlar em torno de um determinado alimento.

Risco alimentar

Os pesquisadores avaliaram o risco alimentar o vício usando a Yale Food Addiction Scale (Escala de Compulsão Alimentar de Yale, em tradução livre), que foi desenvolvida por Ashley N. Gearhardt.
Embora nem todos os alimentos tenham o potencial de ser viciante, “é fundamental entender quais são eles”, afimou Mike Robinson, professor assistente de psicologia, neurociência e comportamento da Universidade de Wesleyan, também nos EUA, que não esteve envolvido no estudo atual.
“Estamos todos pressionados pela [falta de] tempo e os alimentos estão se tornando mais e mais disponíveis, mas nós precisamos pensar sobre o que estamos pegando para comer no caminho”, disse Robinson à CNN. Ele acrescenta que ainda que um punhado de amêndoas e um milk-shake, por exemplo, possam ter o mesmo número de calorias, eles terão efeitos diferentes em seu cérebro e seu sistema de recompensa e será muito mais provável que você volte para pegar mais do milk-shake.

Insaciável

Muitos dos sintomas de vício em comida parecem com a toxicodependência, incluindo o fato de que as pessoas precisam de mais e mais do alimento para obter o mesmo efeito. Eles também aceitam consequências negativas para obtê-lo e sentem a ansiedade ou a agitação da abstinência quando não podem comê-lo. Embora a abstinência da comida não seja tão intensa quanto a da abstinência de heroína ou da cocaína. “Isso varia de acordo com a droga”, conta Robinson.
Assim como qualquer vício, o primeiro passo para a recuperação é reconhecer que há um problema, afirma o cientista. “Eu acho que na maioria dos casos, quando temos um problema com [o abuso de] uma substância, seja um alimento ou droga… nós o ignoramos”, aponta.
Robinson sugere evitar alimentos se você tem problemas para controlar o quanto deles você come. “Nós não estamos em uma situação em que vamos ter deficiências nutricionais e, sempre que possível, devemos cozinhar os alimentos para nós mesmos”, aconselha. [CNNI Fucking Love Science]

A estranha e popular Teoria da Panspermia


A Teoria Da Panspermia Cósmica é uma tentativa de explicar como surgiram as primeiras formas de vida em nosso planeta. De acordo com ela, toda forma de vida que existe aqui se originou em algum lugar no espaço.
Durante muito tempo, esta tem sido uma teoria pouco acreditada sobre como tudo começou, mas com a descoberta de alguns microrganismos que têm demonstrado uma capacidade de sobreviver às condições que teriam sido submetidos , ela está passando do reino do impossível para o reino do possível.
Com o advento de novos telescópios que vão nos ajudar a procurar vida alienígena em centenas de planetas próximos, a resposta para o mistério da origem da vida pode estar mais dentro no nosso alcance.

A resposta está mais próxima?

Há uma abundância de teorias sobre como a vida começou.
E quanto mais você olha para elas, mais estranhas elas ficam. A teoria da panspermia é uma delas.
Esta linha de pensamento afirma que somos todos alienígenas, parte de um sistema biológico que se espalhou por toda a galáxia como sementes de dente de leão que pegaram carona no vento.
O núcleo da teoria afirma que a vida aconteceu em algum momento, nas estrelas. O mais provável é que a primeira forma de vida era microbiana, e sabendo o que sabemos sobre a forma como muitas vezes o nosso planeta é atingido por pedras e outros detritos do espaço, não é assim tão maluco pensar que em algum momento no passado distante, algo pode ter desembarcado aqui trazendo algo além de poeira espacial – algo que tenha dado o pontapé para a vida.
É uma teoria interessante. E talvez o mais interessante é que os cientistas podem ter esnobado ela antes da hora.

Teoria Da Panspermia Cósmica : um outro ponto de vista possível

Em teoria, se a vida na Terra surgiu a partir de uma espécie de nuvem cósmica de sementes, outros planetas em torno de nós devem ter sinais de vida também. Isso não significa que os seres humanos, necessariamente, mas algum tipo de vida, evoluiu de uma forma que seria adequada para suas condições.
Com cerca de 2.000 exoplanetas já identificados em nossa vizinhança galáctica, há uma abundância de lugares para olhar mais de perto. E com o advento das novas tecnologias astronômicas, nós podemos ser capazes de fazer exatamente isso no futuro próximo, com a ajuda de um telescópio de alta definição, por exemplo.

Primeiros passos

O Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, montou um gráfico de cores que pode indicar a presença de microrganismos em outros planetas. Ao olhar para, digamos, o que em nossa atmosfera corresponde à cor de uma piscina cheia de algas, eles serão capazes de descobrir o que conjuntos semelhantes podem representar em outros planetas.

Olhar cada vez mais calibrado

E isso pode nos permitir detectar formas de vida anteriormente indetectáveis em outros planetas num futuro muito próximo.
Uma das maiores dificuldades que tivemos até agora é a ideia de que tínhamos a necessidade de reconhecer algo que evoluiu com uma química completamente diferente da nossa. Agora, os cientistas já entende que talvez olhando em um nível microbiano, poderemos fazer exatamente isso.
Isso nos leva de volta à ideia de que a vida em nosso planeta foi semeada por estrelas.
Se encontrarmos vestígios em outros planetas, é provável que a teoria se comprove, mas ainda há um problema.
Apenas os microrganismos mais resistentes teriam conseguido sobreviver à hostilidade do espaço. Isso significa ficar sem comida, hibernar por longos períodos de tempo (talvez até mesmo eras) e viver em temperaturas que chegam a um ponto incompreensível de congelamento.
Mas isso também levanta a questão: se eles são tão bons assim, será que eles não estariam em todos os lugares, e não já não teríamos os encontrado?

Aí que mora o “x” da questão

Talvez a gente tenha encontrado estes microrganismos heróis, sim. Mas nós simplesmente não sabíamos que estávamos à procura deles.
Nesse meio tempo, os pesquisadores procuram aqui em casa e acham que encontraram provas de que pelo menos essa teoria toda é possível. Uma equipe liderada pela Universidade de Kent apresentou as conclusões ao Congresso Europeu de Ciência Planetária em um tipo específico de algas oceânicas.
Depois de submeter as algas a todo tipo de forças que seriam esperadas para vir de um meteorito, eles descobriram que uma pequena porcentagem dos microrganismos sobreviveram ao impacto.
As implicações são bastante surpreendentes, e garante um novo crédito ao que antes era apenas uma outra teoria alucinada sobre as origens da vida na Terra.[knowledgenuts]

Homens devem usar cuecas boxers e dormir nus para manter espermatozoides saudáveis, diz estudo


De acordo com um estudo recente, homens que usam cuecas boxer durante o dia e dormem nus, possuem níveis significativamente mais baixos de DNA danificado em seu esperma, em comparação com aqueles que usam cuecas apertadas todo o tempo.
"Entre os homens na população em geral que pensam em ser pais, o tipo de roupa íntima usada ​​durante o dia e ao dormir está associada à qualidade do sêmen", disse a pesquisadora Katherine Sapra, do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos. "A redução da exposição na cama diminui a fragmentação do DNA; parâmetros de maior qualidade de sêmen são observados em homens vestindo cuecas boxers durante o dia e nenhuma peça íntima ao dormir".
O estudo acompanhou 500 homens ao longo de um ano, levando em contas as escolhas que fizeram, a roupa íntima usada e a qualidade de seu esperma. Os pesquisadores descobriram que aqueles que dormiam nus e usavam boxers largas durante o dia tinham 25% menos fragmentação do DNA do que aqueles que optaram por roupas íntimas apertadas, como cuecas habituais. Embora o tamanho da amostra do estudo tenha sido relativamente pequeno, é mais uma prova de que o uso de roupas íntimas mais largas pode representar benefícios de saúde consideráveis ​​para a fertilidade masculina.
"Nós já sabíamos há algum tempo que os homens que aumentam a temperatura de seus testículos, seja através da exposição ao calor no trabalho ou vestindo roupas íntimas apertadas, têm pior qualidade dos espermatozoides em relação aos homens cujos testículos são mais arejados",disse Allan Pacey, especialista de fertilidade masculina na Universidade de Sheffield, no Reino Unido, que não estava envolvido com o estudo. "O que nunca foi adequadamente demonstrado é se os homens podem melhorar a qualidade dos espermatozoides mudando a escolha de suas roupas íntimas. Este estudo, embora bastante pequeno, sugere que isso é uma verdade", completou.
Uma pesquisa futura poderia oferecer uma visão ainda mais valiosa se pudesse se concentrar em quantificar os efeitos da escolha de roupas íntimas de um homem. "O que nós realmente precisamos ver é se mudar o tipo de roupas íntimas faz com que suas parceiras engravidem mais frequentemente ou mais rápido do que se os homens continuassem usando cuecas apertadas", disse Allan.

Quantos sentidos os humanos realmente têm?


Pergunte a qualquer criança em idade escolar quantos sentidos nós temos e ela vai responder prontamente “Cinco!” – visão, audição, olfato, paladar e tato. Porém, o neurocientista Don Katz acha que isso pode estar errado. A resposta correta, diz ele, é mais provável que seja um.
Por quase uma década, Katz, que é professor de psicologia, vem pesquisando em ratos a interligação entre cheiro e gosto. Em 2009, ele mostrou que quando os ratos perdem a capacidade de sentir gosto, eles também têm o sentido do olfato alterado. Dois anos depois, ele publicou um artigo sugerindo que ratos dependem tanto do cheiro quanto do gosto para determinar de quais alimentos eles gostam.

Em um artigo publicado recentemente na revista “Current Biology”, o pesquisador mostrou o que acontece quando você desliga o sentido de gosto de um rato. Usando uma sonda óptica, ele apagou as células cerebrais no córtex olfativo principal do animal que processam os sinais de gosto da boca. Houve um impacto imediato sobre os padrões de disparo dos neurônios que lidam com o cheiro. Na verdade, os neurônios do cheiro foram transformados de tão forma radical que o rato já não podia reconhecer odores familiares.

Sentidos: sistema conectado

Estas conclusões sobre a interdependência do paladar e do olfato levaram Katz a especular que eles são um único sentido – o que ele chama de “chemosensory system”. “O gosto das coisas depende de uma série de outros fatores além do que o que está na língua”, explica Katz. “Nós acreditamos que o gosto e o cheiro são parte de um sistema grande, com duas portas, a boca e o nariz”.
Outros pesquisadores têm mostram que o som, tato e visão também são inextricavelmente ligados. Isto leva à grande hipótese de Katz: todos os nossos sentidos pertencem a um único sistema. Ou seja, ele acredita que temos apenas um sentido. Seria sem sentido, por exemplo, falar do sabor dos alimentos, porque “gosto” seria tanto uma função do que você sente em sua língua, quanto do que você vê, sente, cheira e ouve. De acordo com ele, nós não saboreamos a comida, e sim, temos uma experiência com os alimentos.
Katz compara o cérebro a um computador alimentado com uma imensa quantidade de dados para que ele possa gerar uma única descoberta, simplificada. Para a execução do programa, a informação deve ser recolhida através de todos os sentidos. Mas nós não percebemos isso. Estamos apenas cientes do resultado final do programa, que é a ilusão de que apenas um sentido é responsável pelo que nós experimentamos.


Tudo isso ainda não foi provado. Katz planeja continuar trabalhando com o paladar e o olfato em ratos, e planeja que a sua pesquisa continue avançando gradual e metodicamente. Porém, em algum lugar em um futuro não tão distante, podemos finalmente ter uma grande teoria unificada dos sentidos.[Medical Xpress]

Cientistas descobrem que bloquear certas enzimas nos folículos capilares promove o crescimento do cabelo


Um novo estudo de pesquisadores da Columbia University Medical Center descobriu que inibir uma família de enzimas dentro de folículos pilosos que estão em estado de repouso restaura o crescimento do cabelo. A pesquisa foi publicada na última sexta-feira, dia 23, na edição online da revista “Science Advances”.
Em experimentos com folículos pilosos de ratos e humanos, a pesquisadora Angela M. Christiano e seus colegas descobriram que drogas que inibem a família de enzimas Janus Kinase (abreviada para JAK) promovem o crescimento de cabelo de maneira rápida e robusta quando aplicadas diretamente sobre a pele.
O estudo aumenta a possibilidade de que os medicamentos conhecidos como inibidores de JAK poderiam ser usados para restaurar o crescimento de cabelo em múltiplas formas de perda de cabelo, tais como aquelas induzidas pela calvície masculina padrão e tipos adicionais que ocorrem quando os folículos do cabelo ficam presos num estado de repouso. Dois inibidores de JAK foram aprovados pela Administração de Drogas e Alimentos (FDA) dos Estados Unidos. Um é aprovado para o tratamento de doenças do sangue (ruxolitinib) e o outro para a artrite reumatóide (tofacitinib). Ambos estão sendo testados em ensaios clínicos para o tratamento de psoríase em placas e alopecia areata, uma doença autoimune que causa a perda de cabelo.
“O que descobrimos é promissor, embora nós ainda não tenhamos demonstrado que [a técnica] é eficaz para a calvície masculina”, disse Angela em entrevista ao site Medical Xpress. “Mais trabalho precisa ser feito para testar as formulações de inibidores de JAK feitos especialmente para o couro cabeludo para determinar se eles podem induzir o crescimento do cabelo em humanos”.

Crescimento do cabelo: Descoberta acidental

Os cientistas descobriram por acaso o efeito de inibidores de JAK em folículos pilosos quando eles estavam estudando um tipo de perda de cabelo conhecida como alopecia areata, causada por um ataque autoimune sobre os folículos pilosos. Angela e seus colegas relataram no ano passado que os inibidores de JAK desligam o sinal que provoca o ataque autoimune e que as formas orais da droga restauram o crescimento do cabelo em algumas pessoas que sofrem com o transtorno.
Ao longo dessas experiências, a especialista notou que os pelos dos ratos crescer mais rápido quando a droga foi aplicada topicamente na pele do que quando administrada internamente. Isto sugeriu que inibidores de JAK podem ter um efeito direto sobre os folículos pilosos, além de inibir o ataque do sistema imunológico.
Quando os pesquisadores analisaram mais de perto os folículos pilosos normais de rato, descobriram que os inibidores de JAK rapidamente despertaram os folículos de seu estado de dormência. Folículos pilosos não produzem pelos constantemente, mas sim por um ciclo entre repouso e fases de crescimento.
A equipe descobriu que os Inibidores de JAK desencadeiam o processo de acordar os folículos normais. Os ratos tratados durante cinco dias com um dos dois inibidores de JAK cresceram cabelos novos dentro de 10 dias, acelerando consideravelmente a fase de crescimento do folículo capilar. No mesmo período de tempo, nenhum cabelo cresceu em ratos de controle não tratados.
“Há muito poucos compostos que podem impulsionar os folículos pilosos em seu ciclo de crescimento tão rápido”, afirmou Angela. “Alguns agentes tópicos induzem tufos de cabelo aqui e ali depois de algumas semanas, mas muito poucos têm um efeito tão potente e de ação rápida”. As drogas também produzem um cabelo mais longo a partir de folículos de cabelo humano crescidos em cultura e na pele enxertada em camundongos.

Sem falsas promessas

É provável que as drogas que são tão eficazes no aumento do crescimento de cabelo em camundongos poderiam afetar as mesmas vias dos folículos humanos, o que sugere que estes medicamentos poderiam induzir o crescimento de novos cabelos e aumentar o crescimento dos cabelos existentes em seres humanos.
Ainda é preciso ver se os inibidores de JAK podem despertar os folículos pilosos que estejam em estado de repouso por causa da alopecia androgenética (que causa calvície masculina e feminina) ou outras formas de perda de cabelo. Até agora, todas as experiências foram conduzidas em folículos normais de ratos e humanos. Experimentos para abordar folículos pilosos afetados por distúrbios de perda de cabelo estão em andamento. [Medical Xpress]

Caipirinha? Astrônomos descobrem cometa cheio de álcool e açúcar


Segundo novas observações feitas por uma equipe internacional, o cometa Lovejoy é quase uma caiprinha ambulante, liberando grandes quantidades de álcool, bem como um tipo de açúcar, no espaço. A descoberta marca a primeira vez que álcool etílico, o mesmo tipo presente nas bebidas alcoólicas, foi observado em um cometa. A descoberta reforça a evidência de que os cometas poderiam ter sido uma fonte de moléculas orgânicas complexas necessárias para o surgimento da vida.
“Descobrimos que cometa Lovejoy libera quantias de álcool equivalentes a pelo menos 500 garrafas de vinho a cada segundo durante seu pico de atividade”, conta ao site Phys.org Nicolas Biver, do Observatório de Paris, principal autor de um artigo sobre a descoberta, publicado na revista “Science Advances”. A equipe descobriu 21 moléculas orgânicas diferentes no gás do cometa, incluindo álcool etílico e glicolaldeído, um açúcar simples.
Os cometas são restos congelados da formação do nosso sistema solar. Os cientistas se interessam por eles porque são relativamente intocados e, portanto, mantém pistas sobre como o sistema solar foi feito. A maioria orbita em zonas geladas longe do sol. No entanto, ocasionalmente, uma perturbação gravitacional manda um cometa mais para perto do Sol, onde se aquece e libera gases, permitindo aos cientistas determinar a sua composição.
O cometa Lovejoy (formalmente catalogado como C/2014 Q2) foi um dos cometas mais brilhantes e mais ativos desde cometa Hale-Bopp, em 1997. O Lovejoy passou mais próximo do sol em 30 de janeiro deste ano, quando liberava água a uma taxa de 20 toneladas por segundo. A equipe observou a atmosfera do cometa aproximadamente nesta época em que estava mais brilhante e mais ativo. Eles observaram um brilho de microondas do cometa usando um radiotelescópio de 30 metros de diâmetro no Pico Veleta, nas montanhas de Sierra Nevada, na Espanha.

Microondas múltiplas

A luz solar energiza moléculas na atmosfera do cometa, levando-as a brilhar em frequências de microondas específicas (se as microondas fossem visíveis, diferentes frequências seriam percebidas como cores diferentes). Cada tipo de molécula brilha em frequências específicas, como uma assinatura, permitindo que a equipe as identifique com detectores do telescópio. O equipamento avançado foi capaz de analisar uma vasta gama de frequências simultaneamente, permitindo que a equipe determinasse os tipos e quantidades de diversas moléculas diferentes no cometa, apesar do curto período de observação.
Alguns pesquisadores acham que os impactos de cometas na Terra antiga forneceu um suprimento de moléculas orgânicas que poderiam ter assistido a origem da vida. Descoberta de moléculas orgânicas complexas em Lovejoy e outros cometas dá suporte a essa hipótese.
“O resultado definitivamente promove a ideia de que os cometas carregam uma química muito complexa”, afirma Stefanie Milam, do Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, nos Estados Unidos, uma das co-autora do artigo. “Durante o Bombardeio Pesado Tardio, cerca de 3,8 bilhões de anos atrás, quando muitos cometas e asteroides se chocavam com Terra e ganhávamos nossos primeiros oceanos, a vida não tinha que começar com apenas moléculas simples, como água, monóxido de carbono e nitrogênio”.
“Em vez disso, a vida tinha algo que era muito mais sofisticado em um nível molecular. Estamos descobrindo moléculas com múltiplos átomos de carbono”, continua a pesquisadora. “Então, agora podemos ver onde começam a se formar açúcares, bem como compostos orgânicos mais complexos, tais como aminoácidos – os blocos de construção das proteínas – ou nucleobases, os blocos de construção do DNA. Estes podem começar a se formar mais fácil do que começando com moléculas com apenas dois ou três átomos”.

Amostras do início do sistema solar

Em julho, a Agência Espacial Europeia informou que a sonda robótica pousadora Philae, de sua nave espacial Rosetta, que orbitava o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, detectou 16 compostos orgânicos à medida que descia e pousava na superfície do cometa. Segundo a agência, alguns dos compostos detectados desempenhar papéis-chave na criação de aminoácidos, nucleobases e açúcares construtores de moléculas mais simples.
Os astrônomos acreditam que os cometas preservam material da nuvem de gás e poeira que formou o sistema solar. Estrelas explodindo (supernovas) e os ventos de estrelas gigantes vermelhas perto do fim de suas vidas produzem vastas nuvens de gás e poeira. Sistemas solares nascem quando ondas de choque de ventos estelares e outras supernovas próximas comprimem e concentram uma nuvem de material estelar ejetado até que porções densas daquela nuvem começam a entrar em colapso sob sua própria gravidade, formando uma nova geração de estrelas e planetas.
Estas nuvens contêm inúmeros grãos de poeira. O dióxido de carbono, a água e outros gases formam uma camada de gelo sobre a superfície destes grãos, assim o gelo se forma na janela do carro em noites muito frias e úmidas. A radiação do espaço potencializa reações químicas nesta camada de gelo para produzir moléculas orgânicas complexas. Os grãos de gelo se incorporam em cometas e asteroides, alguns dos quais se chocam contra planetas jovens era a nossa Terra antigamente, levando as moléculas orgânicas contidas dentro deles.
“O próximo passo é ver se o material orgânico sendo encontrado em cometas veio da nuvem primordial que formou o sistema solar ou se ele foi criado mais tarde, no interior do disco protoplanetário que rodeava o jovem sol”, explica Dominique Bockelée-Morvan, do Observatório de Paris, também co-autora do artigo. [Phys.org]

O Reino Unido acabou de investir em um avião que pode voar a qualquer lugar do mundo em quatro horas


Já falamos desse avião aqui, que usa um motor inovador chamado SABRE, desenvolvido pela empresa britânica Reaction Engines Limited.
O incrível jato que pode levar passageiros a qualquer lugar do mundo em quatro horas pode estar mais perto de se tornar realidade: o projeto deu um grande passo em frente esta semana anunciando uma nova parceria com a gigante aeroespacial BAE Systems, cujo apoio financeiro, juntamente com um considerável investimento do governo do Reino Unido, vai ajudar a Reaction Engines a desenvolver a sua nova classe de motor já em 2020, com voos de teste possíveis apenas cinco anos mais tarde.
Tecnologia inovadora
É graças ao motor SABRE que o Skylon teoricamente poderia levá-lo para o outro lado do planeta para o almoço, e retorná-lo para casa a tempo do jantar.
SABRE opera em dois modos para permitir que aeronaves acessem diretamente o espaço em uma única etapa, chamada de fase única para orbitar.
No seu modo de “ar aspirado”, o motor aspira oxigênio do ar atmosférico para queimar combustível com hidrogênio líquido na câmara de combustão. Uma vez fora da atmosfera da Terra, o motor muda para um modo mais convencional, de oxigênio líquido a bordo.
Uma das inovações fundamentais é seu sistema de refrigeração. O motor utiliza tecnologia ultraleve (100 vezes mais leve do que as existentes) que pode esfriar correntes de ar extremamente quentes (mais de 1.000° C) para menos de 150° C em menos de 1/100 de segundo.

Velocidades absurdas

De acordo com seus desenvolvedores, uma aeronave alimentada pelo motor SABRE, como a Skylon, será capaz de atingir velocidades de mais de cinco vezes a do som enquanto ainda na atmosfera da Terra.
O motor, em seguida, passa para um modo de foguete, atingindo velocidades de voo espacial, tão rápido quanto 25 vezes a velocidade do som.
Embora essas velocidades extremas sejam em grande parte teóricas no momento, os novos investimentos da BAE e do governo do Reino Unido vão permitir que a Reaction Engines valide a sua ciência, com planos para testes começando daqui a cinco anos.
“O anúncio de hoje representa um marco importante na transição de uma empresa que tem sido focada na pesquisa e testes de tecnologias facilitadoras para o motor SABRE, para uma que agora está focada no desenvolvimento e teste do primeiro motor SABRE do mundo”, afirmou Mark Thomas, diretor-gerente da Reaction Engines. [ScienceAlert]
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